Era uma vez uma vizinhança como
qualquer outra. Alguns vira-latas pelas ruas, pipas enroscadas nos fios, muitas
crianças brincando (e fazendo muito barulho) e claro, a velha chata do bairro.
Dolores era o seu nome.
Dona
Dolores era muito conhecida e temida pelas crianças do bairro. Sempre que elas
brincavam perto de sua casa a senhora reclamava, gritava e xingava. Se a bola
ousasse cair em seu quintal. Xiiiiii... Era bola perdida na certa. Além disso,
a velha era uma pessoa muito solitária, desde que tinha se mudado para o bairro
(há aproximadamente 7 anos) nunca ninguém havia visto ela recebendo qualquer
visita. O único momento em que os vizinhos a viam era pela manhã, quando ela
religiosamente varria a sua calçada todos os dias. Isso lhe rendeu o apelido de
Dona Varrida.
Certa vez
as crianças estavam jogando bola na frente da casa de Dona Dolores e em um
chute desengonçado a bola acabou caindo no temido quintal. Todas as crianças
ficaram paralisadas e logo o silêncio foi quebrado:
- Seu perna de pau, você perdeu minha bola, vai ter que
pagar outra – dizia o dono da bola ao menino que havia chutado.
- Eu não! Não fiz de propósito. – respondia o chutador
querendo tirar o corpo fora.
E a discussão começou. No auge da confusão, Pedrinho, um
menino que tinha se mudado há apenas dois dias, decidiu acabar com a confusão:
- Parem de brigar. É só tocar a campainha e pedir a bola de
volta. – e Pedrinho seguiu em direção do portão da Dona Varrida.
As outras crianças até pensaram em avisar o novo amigo do
perigo que estava correndo, mas cochichando entre sí, decidiram pregar uma peça
no garoto e ver o que aconteceria, queriam ver a Dona Varrida dando a maior
bronca e depois caçoarem dele.
Pedrinho tocou a campainha...
O que acontecerá com Pedrinho? Descubra na semana que vem.
Por César Mengozzi
Por César Mengozzi